No que diz respeito ao futebol, os fatores de rendimento físicos e fisiológicos, como a composição corporal, a capacidade aeróbia e anaeróbia, a força e potência, a agilidade, a capacidade de aceleração e velocidade, são amplamente apontados na literatura como elementos estruturantes para a alta performance nesta modalidade. Atendendo à natureza do contexto do projeto MTL, no início da época desportiva, optou-se pela utilização de “testes de terreno”. Ainda que diferentes dos testes laboratoriais, a sua seleção procurou, tanto quanto possível, assegurar a validade (comparativamente a testes laboratoriais e/ou gold standard) e a fiabilidade da informação. Esta tipologia de testes e/ou instrumentos é comummente aceite pelos treinadores e jogadores por ser de simples aplicação, time efficiency e não requerer grandes equipamentos. Deste modo, a avaliação periódica consubstanciou-se pela seleção de um ou mais testes e/ou instrumentos de avaliação, inerentes a cada um dos fatores de rendimento identificados.
A capacidade de manifestar rendimento não pode ser dissociada dos fatores de risco de lesão não modificáveis. Suportados pela evidência científica, construiu-se um questionário de avaliação do historial de lesão, através de uma aplicação móvel disponibilizada em tablet. Esta ferramenta foi utilizada no âmbito da avaliação periódica, mas também, ao longo da época desportiva como mecanismo de controlo contínuo. Finalmente, à avaliação periódica acrescentou-se a termografia. Este teste, capta a luz infravermelha emitida pelo corpo e visualiza mudanças na temperatura corporal dos jogadores. Estas alterações são provocadas pelo stress físico e fisiológico, imposto pelo treino, que muitas vezes dão lugar a mecanismos de sobrecarga. Para além de possibilitar diagnósticos precoces, este teste permite uma maior facilidade na localização da inflamação, estratégia fundamental para atuar preventivamente na ocorrência de lesão